Às vezes um detalhe nas escrituras pode evidenciar uma grandiosa doutrina do plano eterno de Deus. Encontramos um destes exemplos lendo o livro de Jó. No primeiro capítulo deste livro, nos versículos 2 e 3 encontramos as seguintes informações:
"E nasceram-lhe sete filhos e três filhas.
E o seu gado era de sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois e quinhentas jumentas; eram também muitíssimos os servos a seu serviço, de maneira que este homem era maior do que todos os do oriente."
A princípio estes números parecem ter sido registrados apenas para mostrar o quão prospero era Jó ou quão grande foram suas perdas, já que, devido a sucessivas tragédias,ele perdeu todos os seus bens e filhos. Porém, podemos aprender mais através destes números. Depois que a história das provações e fidelidade de Jó é narrada, vemos que o Senhor abençoou este profeta. Em Jó 42:12-13 lemos:
"E assim abençoou o SENHOR o último estado de Jó, mais do que o primeiro; pois teve catorze mil ovelhas, e seis mil camelos, e mil juntas de bois, e mil jumentas.
Também teve sete filhos e três filhas."
Se comparmos estes versículos com Jó 1:2-3 veremos que tudo o que Jó havia perdido, o Senhor concedeu novamente em dobro. Somente o número dos filhos de Jó não é citado em dobro no versículo 13 do capítulo 42. É neste ponto que os números se tornam mais do que apenas dados sobre a vida de Jó. Os dez filhos que Jó tinha inicialmente não foram perdidos para sempre ao contrário dos seus bens. Portanto o Senhor permitiu que Jó tivesse mais dez filhos sendo que os outros dez primeiros filhos ainda pertenciam a ele. Este detalhe na escritura nos lembra que no plano eterno, as famílias podem ser eternas. Ao contrário dos nossos bens que não levaremos desta vida mortal, os laços familiares podem ser prolongados para além da mortalidade e perdurarem para toda a eternidade.